quarta-feira, 1 de julho de 2009

Olha o pardal!

Reza a lenda que o trânsito de Brasília é um dos mais fluentes do Brasil, que é visto com excelência pelos departamentos de trânsito espalhados pelo território. Particularmente discordo de tal afirmação e digo que o trânsito da capital é um verdadeiro caça-níqueis legalizado, onde o viciado é o condutor do dia – a – dia.

Em todo o mundo o Brasil é referência no que compete a registro de velocidades alteradas nas vias. Em qualquer outro lugar não encontra-se o aparato que os órgãos fiscalizadores possuem para controlar o tráfego de acordo com as normas vigentes no Código Brasileiro de Trânsito.

E tal aparato é utilizado em até certo excesso em Brasília. Vias por exemplo de 2000m, onde estão presentes 5, 6 radares de velocidades ou como são conhecidos, os pardais. Estes infestam todos os cantos da cidade. Alguns muito visíveis, outros totalmente camuflados para pegar os motoristas mais desprevenidos.

Ah, sim. Esses pardais, incalculáveis os que estão presos aos postes de iluminação. Sempre mantendo o DETRAN – DF com os cofres gordos. Para quê? Para investir em mais fiscalização e garantir mais lucros. É óbvio que uma fatia gorda desse lucro pode ter destino duvidoso, como uma conta corrente pessoal, mas é apenas suposição.

Até mesmo na fiscalização feita por homens é visto a visão empresarial desse sistema. Várias multas leves são perdoadas pelo “jeitinho brasileiro”. Afinal, para que lavrar uma infração leve se posso esperar 2 minutos e flagrar uma gravíssima que pode render mais 900 reais ao cofre do Departamento de Trânsito?

Brasília é uma das cidades com maior renda per capita do Brasil, onde os agentes fiscalizadores do DETRAN devem estar incluídos na parcela que recebe mais. Completamente abusivo? Sim, mas se for para não levar multa alguma, melhor tomar o ônibus no ponto mais próximo de sua casa.

terça-feira, 30 de junho de 2009

Dá-lhe tecnologia

Você já abriu algum equipamento eletrônico seu? É, por curiosidade ou parar tentar olhar algum defeito. Não? De bom coração, minha sugestão é a que faça isso pelo menos uma vez na vida, será esclarecedor.

No último fim de semana, estava redigindo do mesmo computador que agora posto esse texto e comecei a notar uma leve falha em míseras 7 teclas muito utilizadas. O uso continuou até dado o momento em que nenhuma tecla mais funcionava no teclado. Fim da longa vida útil de 6 meses que o dito cujo teve.

Num momento de completo transtorno, resolvi dissecar o equipamento já morto, apenas para desencargo de consciência. E ganhei muito mais que isso, vi o quão babaca são os consumidores em geral.

O equipamento, que possuía um design fantástico, futurista ao extremo era, na verdade, quase descartável. Uma tecnologia recente, porém de baixa qualidade. Suscetível a várias falhas e vendida a um preço salgado em uma grande loja de eletrônicos da cidade. Tudo parte de um ciclo sagaz embasado por uma palavra chave: obsolescência programada.

É fato que os equipamentos de última geração não são feitos para durarem por 15, 20 anos. A economia hoje é baseada no consumo acelerado dos produtos e não deixa de ser nos eletrônicos. E o meio para conseguir que as empresas lucrem exponencialmente é com que os produtos não sejam tão duráveis, a fim de que jogue-se fora o falho e compre-se um novíssimo que provavelmente durará menos que o último.

Se pensou isso, acertou. É uma grande sacanagem. Tomar ciência do fato deixa o consumidor transtornado e até com raiva de si. Entretanto, o que fazer para mudar isso? Deixar de consumir tudo e viver numa vida pastoril, sem nenhum tipo de tecnologia?
Faça-se um acordo que é impossível para a maioria da população tamanho desapego de tais itens.

Meu transtorno foi gigantesco, mas logo passou. E passou como os grandes empresários querem: fui comprar um teclado novo. Foi bem mais cômodo do que tentar mudar algo e agora cá estou, criticando a armadilha em que fui pego. Ou melhor, que nós nos metemos.

quinta-feira, 25 de junho de 2009

Francisco Ferdinando, destinado a morrer.

O arqueduque foi a um lugar onde sabia que poderia ter atentados contra ele, mesmo assim desfilou em carro aberto. O chefe da segurança em Saravejo colocou um número insuficiente de homens no local porque, para ele apenas sua figura já impunha respeito.

A mão negra já havia treinado 6 jovens para assassinar o nobre. Todos tomaram suas posições estratégicas numa avenida em que o carro ia passar e qualquer um deles poderiam matar. Eis o que aconteceu:

O primeiro perdeu a coragem e saiu de fininho.

O segundo obsevou que havia um policial por perto e resolveu deixar para o próximo.

O terceiro não conseguiu sacar a bomba de tanta gente que tinha.

O quarto focou com pena da mulher do arquiduque e não fez nada.

O quinto jogou a bomba. Ela passou por cima do carro e machucou um policial. O terrorista, conforme o combinado, tomou o cianeto que carregava e pulou no rio, porém o veneno estava vencido e o rio estava razo. Ele apenas vomitou e foi preso. Com isso o motorista do conversível acelerou tudo

O sexto ouvindo a explosão e vendo o carro em alta velocidade, achou que o serviço estava feito e foi embora.

Na volta do encontro, o arqueduque tomara outro caminho, já que na avenida que passara estava muito movimentada ainda e poderia ter mais atentados. Então apenas entraram na rua paralela e prosseguiram

O segundo ou terceiro que não conseguiu, nem lembro qual, viu a missão fracassada e ficou pensativo tomando um cafezinho. Ai ele ve o carro com Frascisco Ferdinando virando a esquina. Não resta duvidas, pega a arma e dispara 2 tiros.

terça-feira, 23 de junho de 2009

Sem diploma no lixo

Na última semana o STF divulgou a resolução sobre a legislação sobre a carreira jornalística. Por 8 votos a 1 a obrigatoriedade da habilitação em jornalismo, ou seja, o diploma; foi quebrada.A decisão teve repercussão fortíssima nas diversas universidades e faculdades Brasil afora, que “abrigam” cerca de 60 mil alunos do curso de Jornalismo. Uma parcela importante que vê agora um futuro – de certa forma – indefinido.

Pela parte dos estudantes, revolta. Era previsível essa reação, ou ninguém imaginava que um aluno do 8º semestre não se sentiria tapeado depois de uma bomba dessas na cabeça? Mas o alarde não precisa ser tão grande. Fica claro que a curto prazo a decisão não surtirá um efeito significativo no mercado de trabalho dos meios de comunicação. Logo, por algum tempo – prevê-se cerca de 8 meses – ainda haverão boas vagas no mercado, principalmente para aqueles que especializaram-se em alguma área.

Entretanto, para os que estão no meio do caminho, a decisão é difícil. Pois ainda que profissionais que não tenham cursado jornalismo possam exercer a mesma função, haverão ainda vagas – mesmo que escassas. Todavia, é importante ressaltar que o piso salarial de 1200 reais foi abaixo, o que pode fazer com que um grupamento muito grande de estudantes refuguem da profissão.

A maioria das vagas que serão ocupadas por formados em jornalismo – a longo prazo – será em cargos de edição e produção dentro dos meios de comunicação. Mas nada impossibilitará de algum destes alçar uma vaga como redator, colunista. Mais forte do que jogos políticos de indicações dentro das instituições é a qualidade do profissional, quem realmente for um excelente profissional obterá sucesso. Nada diferente de outras profissões.

Como comentário incentivador por parte do autor, recomenda-se a busca por novas áreas. Cursos tecnológicos que possam ser úteis em alguma área da profissão, pós-graduações, mestrados e até doutorados. Tempo e dinheiro podem ser gastos por um tempo, mas num futuro próximo a recompensa será maior e a profissão e o curso de jornalismo não terão sido perda de tempo.

segunda-feira, 15 de junho de 2009

Apocalipse federal

Em tempos anteriores ao mês de Abril - que é o mês de aniversário de Brasília - já corriam os boatos de uma atração bombástica para o ano de 2010, quando a capital completa 50 anos de sua construção. Até relógios em contagem regressiva foram colocados em pontos estratégicos da cidade.

Neste ano, fortaleceu-se o boato e em meio a atrações como Capital Inicial e Xuxa( que ganhou 100 mil por cada música cantada) correu a notícia que o vice-governador do Distrito Federal, vulgo Paulo Octávio, havia confirmado que a tal "mega-banda" já estava contratada para apresentar-se na Esplanada dos Ministérios.Fala-se nada mais, nada menos que a banda irlandesa U2. Apenas eles.

Além de demonstrar uma verdadeira farra(literalmente) com a verba pública, vê-se uma falta de planejamento absurda em relação ao evento. Mesmo que se retire o fato de gastar uma fortuna para trazer uma atração de tal calibre, a cidade muito provavelmente não suporte tantas pessoas.
Dado marcante de tal despreparo é a estrutura hoteleira da cidade que conta com apenas cerca de 28 mil leitos.

Que faça-se um acordo; com uma atração de tamanha expressão no cenário mundial, apenas os moradores de Brasília iriam prestigiá-los? A resposta é não. Com toda certeza várias caravanas iriam organizar-se por todo o território brasileiro para desfrutar de um show que normalmente custaria meros R$ 150, 00 e sairia, dessa vez, gratuitamente.

Imaginar o cenário da Esplanada dos Ministérios com cerca de 2,5; 3 milhões de pessoas é talvez algo infernal. Pode até parecer exagero, mas talvez nenhuma equipe de segurança no Brasil tenha uma logística tão boa para administrar essa massa de pessoas.

Todavia, não passa de boato. É um simples boato de um vice-governador que tem intenção de ser, em 2010, eleito governador e que usaria de tal evento para promover-se indiretamente perante ao eleitorado. Nada mais que boba teoria da conspiração.

quinta-feira, 4 de junho de 2009

Dolce

Tal qual uma veste branca manchada
Gritante, explícita, ali, forte.

É assim que me vejo o conjunto eu-mundo
É tão fácil ver que cada um se resume
Na sua mediocridade, no seu olho central
Cada um por si e eu pelo meu
É nojento e comum, ser assim imundo

Nem mesmo aquele que vos fala escapa
Me comprimo na caixa toráxica desse verme
Verme maldito, me faz ser como ele
Alimentando-se de meus sonhos e anseios

Assim então permaneço, me escondendo
Atiro de longe, sem expor a cabeça
Covardia nobre e sem tamanho
Vosso erro é o meu divertimento
Vossa queda me põe num estandarte

Olho os pés que me rodeiam putrefatos
Aponto, faço o escárnio, doce riso maléfico
Mas não observo os vermes
Que já corroem minhas pernas, exalando o cheiro da hipocrisia

Mas talvez vossa excelência que agora lê
Tortuosas linhas, versos perversos
Tenha identificado-se com alguns rabiscos
Estrofes que funcionam como espelho
Que te fazem ver o quão deteriorado ficaste
Talvez não tenho sido o único impuro

Até mesmo, porque todos têm a alma bipartida
Não há alguém que mostre apenas seu lado límpido
Que não destile seu veneno quando sente-se ameaçado
Assim é feito um conjunto de animais peçonhentos sorridentes
Sorrimos com a face do demônio
para que ao fechar dos olhos, a subversividade venha

Ah, mas é tão doce é mais simplório e fácil
Assim permanecer.
Afinal, entre matar ou morrer
A primeira escolha é certeira e conveniente.

terça-feira, 2 de junho de 2009

Flash mob?

Conversava com uma menina há uns dias sobre várias coisas e com o correr do rio de assuntos caiu num assunto incomum demais. Ela me falava sobre um certo tipo de mobilização-relâmpago de pessoas para algum tipo de evento. Confesso que achei extremamente interessante, talvez fruto da globalização, ou dessas ondas contemporâneas... Como sempre, minha expectativa foi destruída.

A jovem me contou sobre um evento chamado “Pillow Fight”. Não sabia o que significava realmente o nome e quase tive uma taquicardia de desgosto por saber que tratava-se de uma singela briga de travesseiros.

É, uma legião de jovens reunidos em um campo aberto praticando uma luta de travesseiros. É o cúmulo da inutilidade.
E o mais agravante nesse tipo de prática é a capacidade de mobilização das massas. É impressionante como um evento desses reúne tantas pessoas num curto espaço de tempo. Talvez a futilidade esteja atrelada ao gosto popular


Se essa historinha fosse um pouco diferente talvez houvesse um lado positivo nisso tudo. Ah, sim.
Sem o objetivo de tomar-se uma postura de moralista e bom samaritano, mas se toda essa massa de pessoas se unissem para fins mais úteis para o bem estar de todo o conjunto, no caso a cidade, não seria uma garantia de mudança, mas ao menos um grito para iniciar alguma.

E justamente quem participa desse tipo de “diversão” é uma das camada sociais mais importantes no conjunto que são os jovens, eleitores, futuros políticos. O retrato que se vê hoje é um “chute no balde” em relação a seus deveres e direitos quanto a cidadania e uma preocupação apenas com seu umbigo e Iphones.

Depois de a jovem me contar sobre o evento levantei-me dizendo que iria participar do meu Flash-mob, correndo até um computador e fazendo o papel de crítico de blog como centenas fazem neste exato momento.

Cheers.